Cirurgias de urgência e emergência caem 14% durante a pandemia

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O número de cirurgias de urgência e emergência realizadas em hospitais de Campinas, Valinhos e Vinhedo teve uma queda de 14,11% entre os meses de março a junho, comparado ao mesmo período do ano passado. Julho, no entanto, registrou um aumento de 8,1%. Os dados, referentes à fase mais crítica da pandemia até o momento, foram divulgados pelo Grupo Surgical, com base nos atendimentos realizados em oito hospitais da região.

“Nós começamos o ano com um aumento do número de cirurgias de urgência e emergência em relação a 2019. Nos meses de janeiro e fevereiro, realizamos 13,9% de cirurgias a mais, se compararmos com o ano anterior. Mas percebemos uma queda de março a junho, quando foram realizadas 14,11% a menos de cirurgias de urgência e emergência nos hospitais em que atendemos. Os números coincidem com o início da quarentena em nossa região. Já em julho, quando começaram os primeiros sinais da flexibilização, registramos um aumento de 8,1%”, explica o CEO do Grupo Surgical, Bruno Pereira, cirurgião do Trauma e de Urgência e Emergência.

De acordo com ele, não dá para afirmar que a queda foi causada pela pandemia, já que cirurgias de urgência e emergência, diferentemente das eletivas, não pararam. “Mas não podemos negar que é uma coincidência, principalmente porque vínhamos registrando um crescimento anual no número deste tipo de cirurgia. Dos meses de março a junho de 2018 e o mesmo período de 2019, o crescimento foi de 6,7%”, compara.

Segundo Pereira, os casos cirúrgicos de urgência e emergência foram atendidos normalmente durante a pandemia. “Nós não podemos adiar este tipo de procedimento. Essa queda pode ser reflexo do medo que algumas pessoas ficaram de contaminação no ambiente hospital. Isso pode ter feito com que adotassem medidas paliativas para postergar a cirurgia em si. Mas, uma vez no hospital, todos os casos com indicação de cirurgia foram operados”, reforça.

Ele explica que não é arriscado adiar alguns tipos de cirurgia. “Cirurgias de urgência e emergência precisam ser realizadas dentro de um prazo seguro para o paciente. Esse prazo depende da avaliação do cirurgião. Protelar o procedimento pode agravar o problema e levar a pessoa à morte”, reforça. Sintomas como dores abdominais intensas ou migratórias, vômito com sangue, sangramento ao evacuar, náuseas e vômitos, falta de apetite e alterações no hábito intestinal são motivos para procurar um serviço médico.

“Entendemos a preocupação dos pacientes neste momento de pandemia. Mas trabalhamos com um rígido protocolo de segurança para preservar a saúde dos pacientes e da equipe. Em casos de urgência e emergência, as consequências podem ser muito piores se os pacientes não procurarem atendimento”, destaca Pereira.

CEO do Grupo Surgical, Bruno Pereira

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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