Com crescimento acelerado impulsionado principalmente pelos
setores automobilístico, tecnológico e do agronegócio, a Região Metropolitana
de Campinas – RMC agora enfrenta um novo desafio para aproveitar seu potencial
de desenvolvimento: a falta de mão-de-obra especializada e lideranças para os
projetos de expansão.
“O maior gargalo hoje é a mão-de-obra qualificada para
liderar o crescimento. Apesar da região ser uma grande provedora de engenheiros
e técnicos, vindos de escolas como Unicamp e PUC-Campinas, ela não consegue dar
conta da demanda das empresas e de seus projetos de expansão. Além disso,
faltam líderes para comandar os times”, explica João Marcelo Furlan, sócio da
Enora Leaders, empresa de formação de executivos.
Segundo Furlan, o aumento da demanda tem duas origens:
novas plantas fabris, como a da Hyundai em Piracicaba, e a expansão das
empresas já instaladas, caso da FoxConn. “A Foxconn, por exemplo, apresentou um
plano de investimento de US$ 12 bilhões e contratação de 100 mil profissionais
para expansão no Brasil, levantando a questão se temos atualmente tamanha
oferta de profissionais qualificados para atender a demanda.”
“A onda de crescimento colocou a região como foco da
operação global de algumas empresas multinacionais, já que muitas vezes seu
mercado de origem não apresenta crescimento”, explica João Marcelo Furlan. O
especialista diz que as soluções passam pelo aumento das vagas em
universidades, contratação de profissionais já aposentados e desenvolvimento da
mão-de-obra existente.
“Por exemplo, uma empresa de defensivos e fertilizantes nos
procurou para desenvolver um programa para engajar seus líderes no processo de
expansão que tem como objetivo dobrar seu faturamento até 2014, para US$ 2
bilhões de dólares”, conta o idealizador da Enora Leaders.
Outro caso citado por João Marcelo é de um fabricante no
setor de segurança para o setor automobilístico. “Como são produtores de
airbags, item que será obrigatório nos veículos, a demanda da empresa cresceu
de forma vertiginosa, gerando conflitos internos para realização dos projetos.
A Enora ajudou implementando um programa de resolução de conflitos, para que a
empresa tenha maior agilidade e menos traumas nessa fase de intenso
crescimento”.
