O mês de agosto começou com uma notícia que pesa no bolso do consumidor brasileiro: a conta de luz ficará mais cara em todo o país. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou o acionamento da bandeira tarifária vermelha no patamar 2, o nível mais alto do sistema. A medida entra em vigor nesta sexta-feira, 1º de agosto, e impõe um custo adicional de R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
A nova tarifa vale para todos os consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN), que abrange a maior parte do país.
Por que a conta de luz vai subir?
Segundo a Aneel, o aumento é consequência direta da queda no volume de chuvas registrada em diversas regiões do país nas últimas semanas. A estiagem reduz a capacidade de geração das usinas hidrelétricas, principal fonte de energia do Brasil, e obriga o acionamento de usinas termelétricas, que produzem energia a um custo mais elevado.
“O cenário de afluências abaixo da média em todo o país reduz a geração por meio de hidrelétricas. Esse quadro eleva os custos de geração de energia, devido à necessidade de acionamento de fontes mais caras, como as usinas termelétricas”, explicou a Aneel em nota oficial.
Como funciona o sistema de bandeiras tarifárias?
Criado em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias foi desenvolvido para sinalizar aos consumidores as condições de geração de energia elétrica no país. Quando a geração está favorável, com abundância de recursos hídricos, a bandeira é verde, e não há cobrança extra. Em períodos de escassez, as bandeiras mudam de cor para refletir os custos adicionais.
O fim de um longo período de alívio
Desde dezembro de 2024, a bandeira tarifária se manteve no nível verde, graças às boas condições hidrológicas observadas no período. No entanto, a situação começou a se deteriorar a partir de maio de 2025, quando a Aneel acionou a bandeira amarela. Em seguida, vieram a vermelha patamar 1 em junho e julho, e agora, com a intensificação da estiagem, o sistema atinge o nível máximo de alerta: vermelha patamar 2.
Impacto no bolso e no planejamento
Para o consumidor final, o impacto pode ser significativo, especialmente em residências e comércios que consomem grandes volumes de energia. A recomendação da Aneel é que os brasileiros adotem hábitos conscientes de consumo, como evitar o uso excessivo de aparelhos elétricos durante os horários de pico, desligar equipamentos quando não estiverem em uso e priorizar o uso de eletrodomésticos mais eficientes.
