Vinhedo passou a fazer parte oficialmente da segunda edição do guia Afroturismo SP, lançado pela Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo. A publicação, que na edição anterior mapeava apenas 10 municípios, agora reúne 27 cidades com iniciativas, roteiros e patrimônios voltados à valorização da cultura afro-brasileira.
Entre os destaques desta nova edição está também o município de Campinas, representado pela Casa de Cultura Fazenda Roseira, sede da Comunidade Jongo Dito Ribeiro, reconhecida por oficinas, vivências tradicionais e roteiros temáticos.
Em Vinhedo, o guia apresenta o projeto Rotas Afro Vinhedo, desenvolvido no Bairro da Capela, território historicamente marcado pela forte influência da cultura africana. A publicação também destaca o Mapa da Cultura Negra de Vinhedo, iniciativa construída em parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e coletivos culturais da cidade, cujo objetivo é identificar e valorizar referências afro-brasileiras presentes no município.
O lançamento do Afroturismo SP ocorreu em 18 de novembro, no auditório da SPTuris, na capital paulista, reunindo representantes de cidades e projetos culturais de diferentes regiões do estado.
Valorização das narrativas negras
O reconhecimento estadual chega em um momento significativo para Vinhedo, que desde o ano passado conta com um roteiro turístico inteiramente dedicado às narrativas e ao patrimônio da população negra. O Rotas Afro Vinhedo, idealizado pela guia de turismo e produtora cultural Julia Madeira, teve seu passeio inaugural aberto ao público em novembro de 2023 e foi repetido neste ano durante as atividades da Semana da Consciência Negra.
Com atuação reconhecida em cidades como Piracicaba, Campinas e Rio Claro, o projeto chegou a Vinhedo com o propósito de evidenciar histórias negras presentes na formação local, desde os períodos da antiga Rocinha até a atualidade. O roteiro — conduzido por Julia Madeira e pelo historiador Guilherme Oliveira — percorre pontos simbólicos da Capela, como a Rua do Café, a Rua Zumbi dos Palmares e a praça que homenageia a matriarca do Samba de Bumbo.
Para Julia Madeira, dar visibilidade a esses territórios é fundamental. Segundo ela, destacar esses espaços “é reconhecer saberes e fazeres que marcaram a vida da população vinhedense, valorizando lugares frequentemente invisibilizados pelos circuitos oficiais de cultura”.





