Coração mata mais que a violência urbana

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Uma doença silenciosa que
mata mais que a violência urbana. Assim são as doenças cardiovasculares, entre
elas a doença arterial coronária, enfermidade que atinge milhões de pessoas no
mundo, com impacto sobre mortalidade ainda maior em países em desenvolvimento.
“As estimativas apontam que deixa mais mortos no País do que os casos de
violência, que aliás são muito elevados”, afirma o presidente da regional
Campinas da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), Daniel
Lages Dias.

Segundo ele, as doenças cardiovasculares respondem por um terço de todas as
mortes no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2005, as doenças
cardiovasculares (infarto e hipertensivas causaram 129.942 mortes no Brasil. Em
2006, 44.663 brasileiros foram vítimas de homicídio no País.

A doença arterial coronária ocorre quando os vasos sangüíneos que levam
oxigênio ao coração são obstruídos. Esse estreitamento é causado pela
arterosclerose, depósito de gordura nas artérias coronarianas, responsáveis por
levar o sangue ao coração. Segundo Dias, países desenvolvidos, como os Estados
Unidos, têm conseguido reduzir as mortes por acidente vascular cerebral (AVC ou
derrame) e infartos (a manifestação aguda da doença arterial coronária), com o
controle da pressão arterial, colesterol e diabetes da população, e redução de
fumantes. “Mas isso não acontece no Brasil. Pelo ritmo de crescimento da
doença, o Brasil corre o risco de liderar os casos de morte por doenças
cardiovasculares”, alerta.

O especialista destaca que o tabagismo — que afeta 25% da população brasileira
—, é o principal fator de risco. Em seguida, vêm a hipertensão arterial,
colesterol (ambos atingem 40% da população adulta) e o diabetes (10%).
Contribuem ainda para o surgimento da doença o estresse, o sedentarismo, a
obesidade, a alimentação inadequada e os maus hábitos de vida. “Hábitos
saudáveis, como prática de atividade física e não fumar, ainda são mais
eficazes que qualquer remédio”, destaca Dias.

O cardiologista lembra que a doença arterial coronária é silenciosa e, em
muitos casos, a primeira manifestação é a morte súbita por infarto agudo.
Segundo Dias, 14% dos pacientes com infarto agudo morrem antes de chegar ao
hospital. Porém, em alguns casos, a doença dá sinais. Falta de ar, dor no
peito, cansaço anormal por pequenos esforços e palpitações são alguns sintomas
que indicam a necessidade de buscar ajuda médica. “Acima de 35 anos, todos
devem pensar na saúde do coração”, diz Dias. Se houver histórico familiar, a
atenção deve começar aos 20 anos.

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