HC será primeiro com serviço de diagnóstico molecular de câncer

propaganda do Google Artigo Top

O Hospital das Clínicas de São Paulo, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, será a primeira unidade pública do Brasil a ter uma Unidade de Produção de Radiofármacos. O local, que abrigará um aparelho Ciclotron, doado pelo Hospital Sírio Libanês, produzirá substâncias radioativas com capacidade de diagnosticar câncer em estágio primário nos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), e ficará sob a responsabilidade do Instituto de Radiologia, no prédio da Medicina Nuclear.


O aparelho custará R$ 9,9 milhões. Já as obras de infra-estrutura, para instalação da máquina, foram orçadas em R$ 7,7 milhões, dos quais R$ 4,2 milhões investidos pela Secretaria e R$ 3,5 milhões pelo HC.


O Ciclotron poderá produzir pelo menos 10 diferentes radioisótopos – elementos químicos usados em exames de diagnóstico por imagem. Trata-se de um acelerador de partículas cujas substâncias serão usadas em exames, terapias e pesquisas em diversas áreas da medicina, especialmente em Oncologia. A máquina suprirá a demanda de flúor 2 – desoxiglicose –, também conhecido como FDG marcado, radioisótopo muito utilizado em exames para detecção de tumores.


Segundo o superintendente do HC, José Manoel de Camargo Teixeira, o equipamento contribui para que a unidade se mantenha como referência no país, tanto no atendimento como em pesquisas. “A produção, dentro do complexo do HC, será fundamental para as pesquisas a serem conduzidas no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo”, afirma.


Uma vez injetado na corrente sanguínea, o FDG produzido pelo Ciclotron desloca-se rapidamente aos locais onde há maior consumo de glicose, o principal alimento do tumor. Com isso, mostra a presença de células tumorais em estágios ainda iniciais da doença, e permite aos médicos planejar com mais precisão o melhor tratamento para cada tipo de tumor.


Em uma segunda etapa, a nova Unidade fará estudos para testar o emprego de novos compostos em diferentes tipos de câncer. “Como nem todos os tumores se alimentam de glicose, queremos testar outras substâncias que ajudem a detectar e estabelecer em que estágio eles se encontram”, explica o radiologista Carlos Alberto Buchpiguel, diretor do serviço de Medicina Nuclear do InRad. Ele destaca que, futuramente, a unidade desenvolverá, ainda, moléculas para diagnosticar fenômenos no cérebro, como, por exemplo, doenças senis.


O aparelho funcionará dentro de uma casamata de 520 m2, protegida por paredes de concreto com 1,90m de espessura. A função desse verdadeiro “bunker” é evitar que a radioatividade produzida durante o funcionamento do aparelho ganhe o ambiente externo. A previsão é a de que o Ciclotron comece a operar em outubro de 2009.

Propaganda do Google Artigo Baixo