Livro desvenda curiosidades e segredos da Bollywood

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Anualmente são produzidos mil filmes e vendidos mais de três bilhões de ingressos, para salas em que chegam a caber até três mil pessoas. Não, os números não são do cinema americano. A maior produtora de filmes do planeta é a Índia. Conhecida mundialmente como Bollywood, a indústria cinematográfica indiana tem produzido quase o triplo de filmes em comparação com Hollywood. A demanda é tão grande que os produtores aproveitam o mesmo set de filmagem para gravar dois filmes ao mesmo tempo.


Diante da riqueza dos dados, é inevitável perguntar: como o cinema pôde se transformar em indústria num país em desenvolvimento, cheio de carências? O jornalista Franthiesco Ballerini responde a questão no livro Diário de Bollywood (128 p., R$ 34,60), lançamento da Summus Editorial. A obra traz uma análise aprofundada das principais características do exótico cinema indiano, destacando pontos fortes e fracos, além de fatos curiosos. O autor apresenta uma ampla reflexão sobre o modo de produção, o estilo de atuação e a influência da TV e da pirataria nos novos rumos do cinema. Também traça um paralelo inédito entre o cinema indiano e as produções de Hollywood e da América Latina.


Fruto de uma reportagem especial com visitas a estúdios, sets de filmagem, escolas e casas de diretores em Mumbai, na Índia, o livro mostra entrevistas exclusivas e fotografias que explicam como funciona o esquema de produção no país. Os ingredientes dos filmes são basicamente os mesmos: tramas românticas, roupas coloridas, cenários opulentos e muita, muita música e dança. Atores e atrizes possuem status de “deuses”. O fanatismo é tão exacerbado que os indianos constroem templos para venerar seus ídolos.


A paixão do indiano pela sétima arte vem de muitos anos. “O cinema era a única forma de entretenimento, já que a TV tinha apenas um canal até 1990 e o país ainda não faz parte do circuito de shows e peças que circulam pelo mundo”, explica Ballerini. Segundo ele, além de famosos pelas sequencias belíssimas de dança e música, os filmes são visualmente bonitos pelo trabalho de pós-produção (fotografia, edição de som etc.). “A temática, contudo, não agrada muito o mundo ocidental, por ser muito repetitiva, sempre com conotação emotiva, envolvendo mocinhos e mocinhas”, diz.


Apesar de o modo indiano de fazer cinema ser pouco apreciado pelo Ocidente, Ballerini acredita que ele pode ensinar muito aos brasileiros: “São informações fundamentais para nossa eterna tentativa de transformar a produção nacional em indústria autossustentável”. Para o autor, o cinema latino pode aprender muito sobre o funcionamento da indústria cinematográfica em um país em desenvolvimento, assim como a respeito da valorização de temas e produtos ligados à própria identidade cultural. “Por outro lado, também poderíamos ensinar a eles a liberdade de expressão, ou seja, como abordar qualquer assunto nas telas sem medo de censura, bem como a capacidade que temos de criar roteiros muito mais criativos e diversos”, diz.


Os indianos, no entanto, não se preocupam com a avaliação estrangeira de seus filmes. Eles têm orgulho de fazerem parte de um grupo seleto de países que pode exibir uma indústria de cinema autossutentável. “É muito comum que se ouçam em países da América Latina, por exemplo, comentários sobre os clichês, a pobreza temática e até brincadeiras pejorativas envolvendo o nome Bollywood, dando conta de que não se pode, em tese, levar a sério uma indústria cujo nome é uma cópia adaptada de outra indústria. Mas nem os profissionais de Hollywood […] pensam mais dessa maneira. A prova disso é que eles estão investindo fortemente em coproduções Estados Unidos-Índia, instalando escritórios em Mumbai e levando grande quantidade de roteiristas, diretores e produtores para explorar o local e trabalhar in loco”, esclarece Ballerini.


A grande premiação do filme Quem quer ser um milionário? – dirigido pelo britânico Danny Boyle, rodado na Índia e coproduzido por uma equipe indiana – no Oscar 2009 mostra que o mundo ocidental está aberto e interessado em novos olhares, de culturas distantes e ainda exóticas. “O filme tem pouco de bollywoodiano, exceto a música e a dança no fim. Mas, enquanto estava na Índia, notei a quantidade enorme de executivos ocidentais fazendo contatos com a indústria indiana, na tentativa de abocanhar um mercado que vende três bilhões de ingressos por ano e do qual Hollywood só conseguiu ter pouco mais de 8% do market share até hoje”, conclui.


O autor


Franthiesco Ballerini, jornalista, trabalhou como crítico de cine-ma do Jornal da Tarde por sete anos e foi colaborador de O Estado de S. Paulo com reportagens especiais e entrevistas de grandes estreias de Hollywood em Los Angeles. Mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista, é pós-graduado em história do cinema mundial e colaborou para revistas como Bravo!, Contigo!, Quem e Sci-fi News, tendo sido colunista cultural da Rádio Eldorado. Atualmente, é crítico de cine¬ma do jornal Valeparaibano e professor da Academia Internacional de Cinema de São Paulo. Tem participado de pa¬lestras e debates em diversas capitais do país por conta da repercussão da re-portagem especial na Índia.


Título : Diário de Bollywood – Curiosidades e segredos da maior indústria de cinema do mundo


Autor: Franthiesco Ballerini


Editora: Summus Editorial


Preço: R$ 34,60


Páginas: 128


ISBN: 978-85-323-0537-4


Atendimento ao consumidor: 11-3865-9890


Site: www.summus.com.br

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