Os brasileiros estão morrendo mais em acidentes com
transporte terrestre, principalmente quando o veículo é motocicleta, é o que
aponta o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Os
dados de 2010 revelam que 40.610 pessoas foram vítimas fatais, sendo que 25%
delas, por ocorrências com motocicletas. Em nove anos (de 2002 a 2010), a quantidade
de óbitos ocasionados por acidentes com motos quase triplicou no país, saltando
de 3.744 para 10.143 mortes.
De acordo com o SIM, entre 2002 e 2010, o número total de
óbitos por acidentes com transporte terrestre cresceu 24%: passou de 32.753
para 40.610 mortes. Entre as regiões, o maior percentual de aumento na
quantidade de óbitos (entre 2002 e 2010) foi registrado no Norte (53%), seguido
do Nordeste (48%), Centro-Oeste (22%), Sul (17%) e Sudeste (10%).
Os índices de crescimento no número de mortes em
consequência de acidentes com motocicletas são ainda mais alarmantes. Em nove
anos, os óbitos ocasionados por ocorrências com motos mais que triplicaram na
Região Sudeste, saltando de 940, em 2002, para 2.948, em 2010 – um crescimento
de 214%. Os óbitos cresceram 165% no Nordeste, 158% no Centro-Oeste, 147% no
Norte e 144% no Sul.
O Sistema Único de Saúde conta com um conjunto de ações de
promoção de saúde e prevenção e vigilância de acidentes, violências e seus
fatores de risco. Para a prevenção, por exemplo, os ministérios da Saúde e das
Cidades assinaram, no último mês de maio, o Pacto Nacional pela Redução dos
Acidentes no Trânsito – Pacto pela Vida.
A meta é estabilizar e reduzir o número de mortes e
lesões em acidentes de transporte terrestre nos próximos dez anos, como adesão
ao Plano da Década de Ações para a Segurança no Trânsito 2011-2020,
recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), com a coordenação da
Organização Mundial da Saúde (OMS).
Outra iniciativa é o Projeto Vida no Trânsito,
lançado em junho de 2010. O principal objetivo é reduzir lesões e óbitos no
trânsito em municípios selecionados por uma comissão interministerial. Para
inicio do projeto, as cidades escolhidas foram Teresina (PI), Palmas (TO), Campo
Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR).
A medida tem duas etapas. A primeira foi iniciada ano
passado e se estenderá até 2012. As cidades selecionadas devem desenvolver
experiências bem-sucedidas na prevenção de lesões e mortes provocadas pelo
trânsito e que possam ser reproduzidas por outras cidades brasileiras.