Morador de Vinhedo lança o livro “O Dedo do Diabo”

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O morador de Vinhedo, engenheiro civil e escritor, Conrado Amstalden, que adotou o pseudônimo K. Stalden, escreveu seu primeiro livro, intitulado “O Dedo do Diabo” (Reino Editorial, 144 páginas), obra que pode ser adquirida na Livraria Nobel ou com o próprio autor.


Conrado é natural de Piracicaba, mas morou em São Paulo, onde fez a graduação, concluída em 1973. Agora, ele prepara a segunda obra “Sete Moscas” e uma coletânea de suas principais crônicas. A ficção retrata a rotina em uma pequena cidade “Cornópolis”, abalada por inexplicável acontecimento que altera o comportamento de seus moradores. Confira entrevista com o autor:



Jornal de Vinhedo: Como surgiu “O Dedo do Diabo”?


Conrado Amstalden: Um acaso. Sempre me dediquei a crônicas, geralmente humorísticas. Enviei uma delas a um amigo, escritor, que sugeriu desenvolver um conto ou romance, inserindo diálogos e novos personagens. Não foi difícil. Viajei muito pelo interior do País, principalmente do Estado de São Paulo.



JV: Que trabalho você desenvolvia?


Conrado: Sou engenheiro civil e atuava no Banespa. Recebia as instruções – instalar uma agência em Pontes Gestal, Mira Estrela, dentre outras cidades. Debruçava-me no mapa para localizá-las. Depois a aventura em caminhos de terra e procurar pelo prefeito local. Consequentemente, atuei em mais da metade dos municípios, provavelmente uns 250.



JV: Também esteve em “Cornópolis”?


Conrado: Muitas vezes. Cornópolis é a síntese de muitas horas em fins de tarde e começo de noite, sentado em um banco de jardim da praça, ao lado coreto, conversando com os habitantes locais. Ouvia histórias e “estórias”. As cidades pareciam serem todas iguais. Daí, tentar descobrir algum fato ou coisas que caracterizasse aquela em que estava.



JV: E em qual encontrou óvnis?


Conrado: Prefiro omitir o nome. Lá pelas oito da noite presenciei algumas pessoas aglomeradas na praça. Olhavam para um ponto de luz no céu e juravam se tratar de um disco voador. Esforcei-me tanto que senti cãibras no pescoço ao deitar mais tarde. Não vi disco algum, mas “vi” o que as pessoas “viam”…



JV: O gênero é, obviamente, humor. Qual reação espera dos leitores?


Conrado: Recém-lançado, recebi manifestações de aproximadamente tinta leitores até o momento. De duas leitoras, por sinal, interessantes. Uma delas em viagem intermunicipal, desandando a rir, a ponto do motorista no final da viagem perguntar o que ocorrera. Outra, uma gargalhada dentro do Metrô, chamando a atenção dos passageiros. Ótimo, conclui. É esse o objetivo: uma leitura para descontrair, sem pretensões outras. Um livro “gostoso de ler” foi reação da maioria.



JV: Pelo que consta na edição, se trata de seu primeiro livro. E os outros?


Conrado: Estou concluindo “Sete Moscas”, um romance que resultará em trezentas páginas aproximadamente. A ideia central surgiu há quinze anos, em uma viagem ao Vale do Paraíba e Parati. Por conseqüência, viajei também para Lisboa e Porto a fim de levantar alguns elementos citados na história. Um livro “sério”, totalmente diferente do primeiro. Porém, em certas passagens não dá para evitar que o “diabo” coloque o dedo e provoque também humor.



JV: E quanto às crônicas?


Conrado: Selecionei aproximadamente cinqüenta. Ficarão para depois de “Sete Moscas”, que agora entra na fase mais difícil para um autor novato. Para quem desconhece o ramo literário, ou você banca do próprio bolso a primeira edição através de editora pequena e o que é mais difícil, precisa fazer a distribuição tipo trabalho de formiga, oferecendo o livro aos amigos ou mantém sua criação arquivada para deleite próprio.



JV: Como foi seu relacionamento com o mercado editorial em “O Dedo do Diabo”?


Conrado: Para uma editora grande, encaminhei via postal. Fiquei sabendo que estas recebem dezenas de trabalhos mensais de outros autores que, provavelmente como o meu, vão direto para o lixo, sem sequer resposta. Afinal, nem todos são os Paulo Coelho da vida, se bem que ao Coelho também lhe bateram com a porta na cara, pelo que me informei. Então, procurei outros meios, bancando, e hoje tento recuperar ao menos o que investi. O que paga, na verdade, é alguém lhe dizer – gostei ou, ouvir, como no caso de um amigo, cuja esposa e filhas leram e já apelidaram o cachorrinho de Timbó, um personagem do livro.



JV: Então fale um pouco de você, de sua relação com Vinhedo.


Conrado: Conheci Vinhedo em 1974, quando fui eleito diretor do E. C. Banespa e designado para “tomar posse” da área destinada ao clube dentro do hoje Condomínio Marambaia. Ainda me lembro da pequenina Vinhedo, da qual tinha conhecimento apenas por minha ligação com os imigrantes suíços, que fundaram o Bairro da Capela, na antiga Rocinha, conforme consta do livro que trata sobre a imigração. Descobri que Ana Maria Amstalden, esposa de Nicolau Von Zuben, era irmã de meu bisavô, Remígio Amstalden. Hoje vivo aqui, de onde pretendo sair apenas para ser levado ao crematório, desde que o botão que aciona o equipamento transportador do corpo para a fornalha não seja acionado pelo “dedo do diabo”.

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