O dia 26 de Julho na história de Vinhedo

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Por Amauri Von Zuben

26 de Julho é uma data duplamente significativa para Vinhedo. Comemora-se neste dia, o de Sant’Ana – Padroeira da cidade, o aniversário da chegada dos imigrantes suiços em terras vinhedenses.

Sant’Ana – É a padroeira da cidade, antecedendo a esse dia todos os anos é realizada a novena que acontece em sua igreja matriz, localizada na parte central da comunidade, um dos prédios mais suntuosos, com um vão central em sua estrutura de quase uma centena de metros e capacidade para 850 pessoas, onde, por ocasião das celebrações da Festa da Padroeira se dá o encontro dos fiéis nas rezas, orações de agradecimentos e solicitações de graças, fazendo parte de preparação para o grande dia de sua comemoração na segunda-feira, dia 26, feriado municipal  e data festiva para todos seus moradores.

Na igreja matriz as celebrações e missas, a procissão pelas ruas, com os fiéis conduzindo a imagem da santa, a benção à chegada no templo, a quermesse, com barracas típicas. Infelizmente nesse ano por causa da epidemia, como aconteceu no ano passado, tudo isso deixará de acontecer, mas as comemorações, com restrições, por causa da covid-19, deixaram de acontecer.

Sant’Ana é a mãe da Virgem Maria e avó de Jesus Cristo. Ela era casada com Joaquim, que se tornou também santo, por isso concomitantemente nesse dia é festejado o Dia dos Avós.

Bairro da Capela

Não apenas pela semelhança ou coincidência, o 26 de julho relembra e marca em registro oficial, o início ou fundação de uma nova comunidade de moradores, onde hoje existe o maior núcleo habitacional fora da área central, o Bairro da Capela.

Registro oficial obtido no 1º Cartório de Registro de Imóveis de Campinas, pela colaboração do leitor do JV – Alexandre Giono consta que dia 26 de julho de 1888 foi lavrada escritura de compra e venda de uma gleba de terras com uma área de 200 alqueires, no valor de 37.000,00 contos de Réis, situada no Distrito de Rocinha, comprada pelos irmãos Nicolau e Antônio Von Zuben que após a dissolução do Sítio Grande, em Jundiaí/Itupeva, primeiro destino da imigração suíça no Brasil, desembarcada no porto de Santos por volta de 1854.

Essa gleba foi conhecida primeiramente como Fazenda dos Suíços, Fazenda dos Alemães, Fazenda dos Von Zuben e por construir a primeira edificação na fazenda, uma capela/igreja, ficou o local mais conhecido como Fazenda da Capela e atualmente Bairro da Capela.

Esses dois irmãos, com o objetivo de achar um lugar na região, para se estabelecerem com  mais segurança e suas famílias, viajaram por Rocinha, a cavalo por uma área deserta, sem nenhum vestígio humano, nenhuma estrada, apenas com a dominação de vegetais e animais silvestres, como capivaras, pacas, tatus e muitos outros, além de diversas espécies de pássaros, vislumbraram-se ao avistarem um campo, sem muitos montes, vários riachos e terras férteis, ideal para a produção agrícola, principalmente a cultura do café – o ouro verde da época numa projeção de trabalho que eles já estavam acostumados a fazer e realizando um sonho há muito desejado, passando de colonos/empregados a patrões e com a utilização da força de  seus braços, traria mais esperança e segurança para o sustento dos seus e das demais famílias imigrantes que os acompanhavam.

Diferentemente de hoje, o local desprovido de todo o conforto que temos hoje, não tinha automóvel e o transporte era feito de carro de bois, cavalo, carroça ou charrete.

Em Rocinha, na época foi inaugurada a estrada de ferro da Cia. Paulista – 11/08/1872, com trens para Campinas e Jundiaí/São Paulo, mas não tinha ônibus, o transporte coletivo só chegou ao bairro na última década de setenta. Não se ouvia o ronco dos aviões que hoje sobrevoando as moradias dos vinhedenses, acordam-nos de madrugada, com as suas sonoras turbinas dos jatos que decolam no aeroporto de Viracopos, distante 20 minutos. Não tinha energia elétrica nem rádio, muito menos televisão, nem celular ou telefone, não tinha venda ou supermercado e nem escola ou farmácia. Toda essa árdua vida passaram os imigrantes que vieram ao Brasil, nestes últimos séculos, não somente os suíços, como os italianos, portugueses, alemães e outros, cada um com obstáculos diferentes, sem nunca perder a esperança e o ânimo do objetivo maior que tinham, o da procura pela melhor condição de vida para si e os seus. Neste 26 de julho parabéns a Vinhedo pelo Dia de Sant’Ana e parabéns ao Bairro da Capela pelos 133 anos de existência.

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