Pequenas empresas têm melhor primeiro trimestre dos últimos seis anos

propaganda do Google Artigo Top

No
primeiro trimestre de 2008, o faturamento das micro e pequenas empresas (MPEs)
paulistas cresceu 2,4% em relação ao mesmo período de 2007, o que representou
um ganho de R$ 1,5 bilhão no total do faturamento, atingindo uma receita de R$
62,3 bilhões no caixa das empresas. É o que indica a pesquisa Indicadores
Sebrae-SP de março de 2008, estudo realizado mensalmente pela entidade, em conjunto
com a Fundação Seade, junto a 2,7 mil micro e pequenas empresas da indústria,
comércio e serviços.

O faturamento médio mensal das
micro e pequenas empresas no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 15,9
mil. Segundo o estudo, trata-se do melhor desempenho das MPEs paulistas
em um primeiro trimestre desde 2001, já considerando o ajuste da inflação no
período.

Por
regiões, foi o interior do Estado que puxou o crescimento no trimestre, com
alta de 4,3% no faturamento das empresas. As empresas da Região Metropolitana
de São Paulo apresentaram variação positiva de 0,7% no faturamento, enquanto as
do Município de São Paulo e do Grande ABC tiveram uma redução de 2,7% e 2,4%,
respectivamente.

O comércio alavancou o
crescimento no período, tendo registrado aumento de 8,2% do faturamento na
comparação do primeiro trimestre de 2008 com o primeiro de 2007. O setor, em
especial no interior, vem sendo beneficiado pela melhora do mercado interno e
pelo boom na agropecuária. Já as micro e pequenas empresas da indústria
e serviços não tiveram o mesmo desempenho no período e registraram queda de
receita no período, de 6,6% e 2%, respectivamente, na média do Estado.

Salário e emprego

O rendimento real dos
trabalhadores das MPEs também cresceu no primeiro trimestre deste ano,
registrando aumento de 2,7% em relação ao primeiro do ano passado, sendo que o
comércio puxou a tendência, com aumento de 3,8%, seguido do setor de serviços
(+2,9). Já os empregados da indústria tiveram queda em seu rendimento de 1,1%.

Mas se o salário cresceu, o mesmo
não se pode dizer do número de postos de trabalho. A pesquisa mostrou que a
média de pessoas ocupadas nas micro e pequenas empresas apresentou retração de
2,1% no trimestre, quando comparado ao mesmo período de 2007. Nos três primeiros
meses de 2007, havia 4,3 pessoas por empresa, em média. No primeiro
trimestre de 2008, esse número caiu para 4,2 pessoas por empresa. A queda no
número médio de pessoas por empresa ocorreu nos três segmentos: comércio
(-1,4%), indústria (-1,6%), e serviços (-3,7).

Na avaliação de Marco Aurélio
Bedê, coordenador da pesquisa, “esse resultado não pode ser interpretado como
uma redução no total de pessoas empregadas em pequenos negócios. Na verdade,
como a economia voltou a crescer, alguns parentes que trabalhavam em pequenas
empresas estão encontrando outras oportunidades no mercado de trabalho. Vagas
têm sido abertas, inclusive por meio da criação de novas empresas, só que com
um número médio de pessoas por empresa mais baixo”.

Estimativas
do Sebrae-SP indicam que o setor gera ocupação para mais de 5 milhões de
pessoas no Estado de São Paulo, contando os sócio-empresários, familiares e
empregados.

Expectativas otimistas

As expectativas dos
empreendedores continuam otimistas, uma vez que 44% dos entrevistados esperam
uma melhora no seu faturamento nos próximos seis meses e 46% acreditam em
manutenção da receita. Entre os empresários entrevistados, 41% esperam uma
melhora da economia brasileira nos próximos seis meses e 48% têm expectativas
de manutenção do nível de atividade da economia.

Na avaliação de Ricardo Tortorella,
diretor-superintendente do Sebrae-SP, o momento é favorável para as micro e
pequenas empresas e reflete o clima de otimismo. Porém, ele adverte sobre
alguns fatores que podem influenciar o crescimento dos pequenos negócios.

“Temos notícias positivas e
negativas influenciando o cenário futuro. A boa notícia foi que o Brasil foi
elevado por uma importante agência internacional ao nível de país seguro para
se investir. Isso deve ajudar a atrair capitais produtivos para o Brasil,
alavancar novos negócios e desenvolver a economia como um todo, e as pequenas
empresas podem aproveitar esse momento. Do outro lado, continua a preocupação
com a desaceleração da economia norte-americana, que pode influenciar o ritmo
de crescimento da economia mundial e, conseqüentemente, a demanda por produtos
exportados pelo Brasil, que já sofre com o câmbio valorizado. Isso pode
prejudicar indiretamente os pequenos negócios”, analisa.


no cenário interno, Tortorella avalia que o aumento da renda sustenta o
crescimento das vendas e do faturamento das pequenas empresas, porém,
“precisamos estar atentos para que a alta dos alimentos não inflacione a
economia, assim como para que o aumento da Selic não se traduza em desestímulo
ao consumo, pois ambas questões podem restringir o poder de compra do
brasileiro, prejudicando diretamente o desempenho dos pequenos negócios”.

Propaganda do Google Artigo Baixo