Uma pesquisa recente divulgada nos EUA mostrou um quadro de insatisfação dos consumidores em relação à qualidade dos netbooks. De acordo com o NPD Group, apenas 58% das pessoas que compraram os mini-laptops mostraram-se satisfeitas com o desempenho dos equipamentos. O descontentamento com a compra aumenta ainda mais quando a pesquisa avalia a opinião de clientes entre 18 e 24 anos. Para 65% desses jovens, a nova tecnologia deixa a desejar, frustrando a expectativa do início da compra.
Esse resultado chega ao Brasil como um alerta. Isso porque, com o barateamento dos netbooks, a tendência é que as vendas do equipamento aumentem consideravelmente nos próximos anos, o que pode gerar o mesmo descontentamento relatado pelos americanos. É preciso deixar claro para o consumidor brasileiro que os mini-laptops têm limitações que devem ser levadas em consideração antes da compra.
Provavelmente por falta de informação, muitos consumidores acham que poderão se ver livres dos tradicionais desktops ao comprar um notebook. Não é bem assim. O equipamento não foi feito para desempenhar atividades que exijam alta capacidade de memória e processamento. O mini-laptop conta com pouco espaço em disco: é comum encontrar máquinas com apenas 16 gigas de disco rígido. Ou seja, se o consumidor tem a intenção de baixar muitos arquivos em áudio ou vídeo, com certeza ficará desapontado por não poder fazê-lo.
Outro ponto a ser destacado diz respeito à utilização do equipamento. Trabalhar com muitas “janelas” abertas também pode ser complicado, devido ao baixo poder de processamento. Além disso, muitos não contam com leitor de DVD, o que pode ser uma desvantagem para quem costuma usar o computador para assistir filmes ou acessar arquivos em CD. Mas, com tantas limitações, para que tipo de consumidor o mini-laptop pode ser útil?
O netbook foi pensado para ser um equipamento de apoio, principalmente para quem precisa de mobilidade. Essa é, sem dúvida, sua principal qualidade. Leve e de dimensões reduzidas, o produto é de fácil transporte e possibilita o uso da Internet 3G ou Wi-Fi. É ideal para quem trabalha com planilhas, editores de textos e arquivos virtualizados, atividades que exigem pouco do hardware. As tarefas mais trabalhosas, como edição de fotos e desenvolvimento de softwares por meio de programas de linguagem, devem ser feitas nos laptops convencionais.
Ficam, então, as dicas. Caso a pessoa opte por comprar um netbook, deve estar ciente do que está adquirindo. Vale fazer uma pesquisa de marca, preço e configuração antes de fechar o negócio. Essas atitudes farão com que a satisfação com o produto seja plena e o consumidor não se sinta lesado.
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Adalton
M. Ozaki é
coordenador dos cursos de graduação em Administração de Empresas da FIAP
(Faculdade de Informática e Administração Paulista). É mestre e bacharel em
Administração de Empresas pela FEA-USP, tendo se especializado em negócios
eletrônicos e gestão tecnológica. Atua há mais de 15 anos no setor de
Tecnologia de Informação e atualmente é sócio-diretor da ADF Consulting. Possui
vários artigos publicados em eventos nacionais e internacionais ligados a
gestão da informação e da tecnologia.
