Estudo divulgado
pela SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
– INPE – coloca Vinhedo na segunda
posição entre as cidades da Região Metropolitana de Campinas que mantém os
resquícios de Mata Atlântica. De acordo com o estudo, Itatiba é a primeira e a
situação mais grave, onde a Mata Atlântica praticamente não existe, foi
detectada nas cidades de Hortolândia, Sumaré e Nova Odessa.
Vinhedo tinha 8.186,16
hectares, os remanescentes agora somam apenas 354,28 hectares, o
que representa a manutenção de 4,32% do bioma, que é um amplo conjunto
de ecossistemas. O Brasil possui sete biomas: Mata Atlântica, Amazônia,
Cerrado, Caatinga, Campos Sulinos, Costeiro e Pantanal. Os biomas
caracterizam-se por formas de plantas consistentes e são encontrados em grandes
áreas climáticas.
Em Vinhedo, o promotor de Justiça do Meio Ambiente, Rogério
Sanches Cunha, decretou de interesse público o maior remanescente da Mata
Atlântica do município, o Bosque Municipal José Carlos Giunco e toda a mata em
seu entorno.
Itatiba apresentava bioma de 32.205,01 há, hoje são 1.475,88 há de
remanescentes, ou seja, 4,58%. Cosmópolis, de acordo com tabela divulgada pelo
Jornal Correio Popular, vem em terceiro com bioma de 15.461,60 há, remanescente
de 621,32 e porcentagem de 4,01. As cidades críticas – Hortolândia, Nova Odessa
e Sumaré – tinham respectivamente, 6.237,92; 7.267,61 e 15.245,37 de bioma – e
hoje estão com zero de remanescente de Mata Atlântica.
Nos 19 municípios da Região Metropolitana de Campinas, havia 364.625,67 hectares
da Mata Atlântica, sobram agora 8.997,2 de remanescentes florestais, segundo o
estudo da SOS e do INPE, o que significa 2,46% do total inicialmente detectado.
O estudo indica que a Mata Atlântica
está reduzida a 7,26% do que existia originalmente em todo Brasil e que a
alta taxa de fragmentação florestal ameaça a biodiversidade do Bioma. Santa
Catarina, Minas Gerais e Bahia foram os Estados que mais desmataram no período
de 2000-2005, em números absolutos. Mafra, Itaiópolis e Santa Cecília, em Santa Catarina,
foram os municípios que mais perderam cobertura nativa no período de 2005-2007,
dos 51 analisados.
O Bioma está reduzido a 7,26% de sua área original, que era de 1,3
milhões de km² em 17 estados brasileiros; o trabalho também inclui os mapas
consolidados para os estados da Bahia, Minas Gerais, Alagoas, Pernambuco e
Sergipe, e a avaliação de 2005-2007 dos municípios mais críticos no período
2000-2005. “Os dados apresentados para o período de 2000-2005 confirmam a
redução de 69% na taxa de desmatamento comparada com o período anterior, fato
que deve ser comemorado, mas a avaliação recente indica aumento no ritmo de
desmatamento nos dois últimos anos, que é muito preocupante”, alerta Marcia
Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica e
coordenadora do Atlas. Para ela, tudo que resta de floresta original deve ser
protegido por todos.
Com base nos levantamentos realizados nas quatro edições do Atlas dos
Remanescentes Florestais da Mata Atlântica e tendo em vista a representatividade
para a manutenção da biodiversidade, as informações mostram que a área original
do Bioma está reduzida a 7,26%, ou seja, 97.596 km2. Este número totaliza os fragmentos acima
de 100 hectares,
ou 1km2, distribuídos em 17.875 polígonos, e têm como base o
mapeamento de 98% do bioma Mata Atlântica, ou 16 dos 17 Estados onde ocorre
(PE, AL, SE, BA, ES, GO, MS, MG, RJ, SP, PB, SC, RS, CE, PR, RN e PI),
incluindo dados levantados pela ONG Sociedade Nordestina de Ecologia nos
estados de CE, PE e RN. Apenas o Piauí não teve a área da Mata Atlântica
avaliada.
De acordo com informações da Assessoria de Imprensa da SOS Mata Atlântica, a
fragmentação florestal do bioma é um processo extremamente crítico que agrava a
proteção da rica biodiversidade existente. Somando todos os fragmentos acima de
3 hectares,
existem hoje na Mata Atlântica 234.106 polígonos, que totalizam 142.472 km2,
ou seja, 10,6% de florestas nativas. “Mais de 25 mil polígonos são menores do
que 5 hectares,
o que reforça a importância dos esforços na restauração florestal da Mata
Atlântica. Devido à extrema fragmentação de alguns trechos, principalmente nas
regiões interioranas, a interligação entre as florestas nativas torna-se
primordial para garantir a proteção da biodiversidade deste bioma”, explica
Marcia.
Em números absolutos, Santa Catarina é o campeão de desmatamento em 5 anos,
suprimindo 45.530
hectares de Mata Atlântica. Minas Gerais vem em seguida,
tendo desmatado 41.349
hectares; a Bahia está em terceiro lugar, desmatando 36.040 hectares. Os
demais Estados são: Paraná, 28.238 hectares; Mato Grosso do Sul, 10.560 hectares;
São Paulo, 4.670
hectares; Goiás, 4.059 hectares; Rio
Grande do Sul, 2.975
hectares; Espírito Santo, 778 hectares, e,
finalmente, Rio de Janeiro, com 628 hectares.
Segundo o IBGE (2005), o Brasil tem 5.564 municípios, dos
quais 3.406 (61%) estão na Mata Atlântica; mais de 120 milhões de brasileiros,
ou 67% da população brasileira, vivem nestes municípios (IBGE, 2007).