Investir na diversificação do negócio é apontada como solução para evitar a crise

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A diversificação ou mudança do foco de negócio pode evitar que as empresas de médio porte sofram com a crise financeira e, ainda, permitir o seu crescimento e a sua maior competitividade no mercado. “Muitas empresas, principalmente familiares, que tiveram grande história de sucesso e crescimento no passado começam a padecer, hoje, devido à resistência de seus proprietários em aceitar as mudanças e as novas regras de mercado impostas pela crise econômica mundial. Ou elas se reestruturam ou irão à falência”, sentencia o advogado Augusto Mello Rosa, consultor especialista na recuperação e reestruturação de empresas que passam por graves situações financeiras. As informações foram passadas por meio de Assessoria de Imprensa.


A carteira de clientes e o histórico das empresas atendidas por Mello Rosa e sua equipe avalizam o prognóstico. Uma delas, a Embrafarma (SP), que estava em situação falimentar há dois anos, investiu na recuperação financeira e na diversificação dos negócios e, hoje, está conquistando os espaços das grandes organizações do setor.


“Essa empresa trabalha com insumos importados para as farmácias de manipulação e, assim como as suas concorrentes, está sujeita à variação do dólar. Com a alta constante da moeda estrangeira não havia lastro para as compras e as suas prateleiras estavam vazias. Além de reestruturar toda a área organizacional e financeira da empresa, entre várias medidas adotamos o pagamento dos fornecedores estrangeiros em, no máximo, três dias, evitando, assim, o aumento incontrolável da dívida. A Embrafarma (SP), agora, não pára de crescer”, comemora Mello Rosa.


Outro exemplo é o da Selopan, localizada em Osasco (SP), comercializadora de papéis e ex-líder no mercado de aparas. A partir da entrada de fortes concorrentes na disputa pelo mercado e a constatação da perda de faturamento, a empresa não esperou a crise chegar. Por orientação da consultoria expandiu seus negócios para toda a cadeia de reciclagem e está alterando o seu formato de empresa comercial para cooperativa


Já a Colombini, rede de lojas de móveis, com 26 unidades, também inovou para enfrentar a falta de crédito e as dificuldades no fornecimento. Há cerca de quatro meses, dentro de um projeto de reestruturação foi estabelecido um novo formato para permitir a continuidade das vendas no varejo: opção pelo modelo de franquia e a sua subdivisão em três novas empresas, o que permitiu o enxugamento do quadro de pessoal com o fechamento de 10 lojas e a negociação de novas formas de pagamento aos credores.


Para cada empresa é realizado um planejamento estratégico de acordo as suas características e com as novas necessidades de mercado. “As empresas que repensarem agora os seus mercados e se reestruturam de acordo com o dinamismo que ele tem estarão saudáveis em 2010 e fortes para enfrentar qualquer crise que surja pela frente”, acredita Mello Rosa


Índice de recuperação


Das 14 principais empresas em situação de crise para as quais o escritório de Mello Rosa iniciou a prestação de serviços de consultoria nos últimos cinco anos, quatro estão totalmente recuperadas e oito encontram-se em pleno processo de recuperação financeira, diversificação de negócios, e abertura de novos mercados. Somente duas devem pedir falência por terem procurado pela consultoria tarde demais.


Sócio de um tradicional escritório de advocacia da capital Paulista e que também começou de forma familiar (com seu avô, em 1957, em Goiânia), Augusto Mello Rosa viu nas mudanças da legislação falimentar (Lei de Recuperação de Empresas, nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005), a possibilidade de também diversificar o seu negócio, prestando não apenas assessoria jurídica às empresas que buscam a recuperação extrajudicial, judicial ou a falência, mas ampliando os seus serviços com a consultoria econômico-financeira.


“A consultoria jurídica é apenas uma parte das necessidades das empresas em situação de crise. O advogado é fundamental, mas não o único profissional essencial para auxiliar os empresários a não perderem o seu negócio. Assim, integramos economistas e contadores à nossa equipe para ajudar as empresas a saldarem as suas dívidas com o aval da Justiça, mas, também, auxiliá-las a superar o estado de crise ou a alavancar seus negócios até o ponto de encontrarem um investidor de peso para a alcançarem um patamar até então inatingível”, explica.


Na opinião de Mello Rosa, a conjunção das diversas áreas em uma única consultoria garante maior coerência no trabalho e, consequentemente, maior segurança para o empresário. “Quando necessário, o escritório ainda contrata especialistas ou associa-se a empresas especializadas para a solução dos problemas mais específicos”, informa.


Empresas mais vulneráveis


As empresas que são consideradas as mais vulneráveis pela falta de crédito no mercado são as de médio porte, com potencial de faturamento de R$ 5 milhões/mês. O perfil dessas empresas resume-se a um crescimento sem controle, dificuldade de reposicionamento diante das alterações das regras de mercado, gestão baseada em conceitos antigos de administração e resistência dos gestores às mudanças.


“Existem empresários que, diante de uma situação de crise, acham que podem virar a mesa, sozinhos. A primeira medida, geralmente, é a demissão de pelo menos 20% do quadro funcional, gerando uma grande demanda trabalhista. Infelizmente, a maioria apenas procura por uma consultoria quando o passivo mancha o nome da empresa, ela perde o crédito na praça e o empresário teme ter que desfazer-se de seu patrimônio pessoal. Só procuram ajuda quando chega a demanda judicial. Por não entenderem que necessitam de orientação, acabando perdendo seus negócios”, explica Mello Rosa.


De acordo com o especialista o trabalho de uma consultoria para a recuperação de uma empresa leva cerca de dois anos: o primeiro é destinado à reestruturação, para impedir a falência. A partir do segundo ano a empresa começa a colher frutos, mas não pode cometer mais erros, pois, nesse momento ela está se posicionando novamente no mercado e, logicamente, procurando um investidor de peso para enfrentar os líderes do setor, o que significa o planejamento no longo prazo.


Pedidos de recuperação judicial quadruplicaram em 2009


Entre janeiro e fevereiro deste ano, de acordo com a Serasa Experian, 135 empresas em dificuldades fizeram pedidos de recuperação judicial, processo em que a empresa em dificuldade ganha tempo para retomar as dívidas com seus credores.


No ano passado somente 34 haviam procurado pelo instrumento. Esse aumento pode ter um motivo especial: a crise financeira, que afeta diretamente algumas empresas. Com o objetivo de escapar do desajuste financeiro e se livrar das terríveis dívidas, que podem levar à falência, as empresas passaram a procurar pelo serviço. A figura de recuperação judicial foi criada pela nova Lei de Falências, em 2004, substituindo a antiga concordata.

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